terça-feira, agosto 22, 2006

PERAÍ, FREGUÊS DO ZIDANE EU ACEITO. DO EVO NÃO!

http://oglobo.globo.com/economia/miriam/

Bolívia: Brasil está virando freguês de ocupação

Os índios Guarani não estão fazendo nada que o presidente Evo Morales não tenha feito: ocupar a força instalação de uma empresa estrangeira.

O Brasil está virando freguês de atos de força.

Quando Evo Morales ocupou as refinarias brasileiras com tropas do Exército, seu objetivo não era econômico, era político eleitoral. Ele estava perto de uma eleição para a Constituinte e seguia conselhos do amigo e mentor Hugo Chavez para elevar a popularidade e assim fazer maioria na Constituinte.

Em seguida mudar a Constituição em seu favor. Foi o que Chavez fez e deu certo lá. Com Morales não deu completamente certo porque ele ganhou a eleição, mas fez menos deputados do que precisava. Agora tem que negociar se quiser mudar as leis do país.

Mas a ocupação das refinarias não foi um desastre porque o Brasil aceitou o gesto e em seguida ofereceu ajuda - até empréstimos do BNDES - num momento espantoso da diplomacia brasileira.

Isso criou o que os especialistas chamam de Moral Harzard: um precedente desmoralizante.

Qualquer pessoas ou grupo se sente autorizada a fazer a mesma coisa: atacar propriedade de empresa brasileira, porque sabe que a reação pode ser mais dinheiro, em vez de menos investimento e menos diálogo.

Na semana passada ficou claro que Morales fez o que fez apenas por populismo eleitoreiro: ele anunciou que o decreto de expropriação terá que esperar um pouco antes de virar realidade porque eles não têm dinheiro para que a YPFB invista.

Com a atitude Morales afugentou investimento estrangeiro com o qual a empresa boliviana poderia fazer boas parcerias para que o povo boliviano tenha mais emprego e mais geração de renda.