quarta-feira, agosto 24, 2005

ZUGAIB, VC FALANDO NISSO?

Graças as intervencionices do destino acabamos conhecendo o Eduardo Zugaib pelas mãos (peludas) de Merlixo.
Ainda bem! vou postar alguns dos brilhantes textos desse cara que manda MUITO BEM!
Visite a página dele: http://vocefalandonisso.zip.net
A super-valerização da propaganda

Não, meu caro leitor. O título deste artigo não foi escrito errado. Valerização vem de Valério mesmo, não de valor. Mas, em se tratando de valores, taí um sujeito que aumentou muito a percepção de que desta profissão jorra dinheiro. Chegar hoje em qualquer lugar e apresentar-se como publicitário significa virar o centro das atenções. E das piadas, é óbvio. Não estou me queixando dessa catalogação de todos os publicitários como pessoas de vida fácil e atividades ilícitas. Mesmo contando com o apoio de uma pesquisa não tão recente, que apontava essa como uma das 10 profissões de menor credibilidade no mundo, perdendo apenas para advogados e vendedores de carros usad.... ops... semi-novos. Mas vale a piada. Afinal, não é o primeiro caso onde o todo vale por um, certo? Quando maus policiais aprontam das suas, sempre sobra um quê de indignação para toda a classe. É claro que existem bons policiais. Como existem bons advogados, e também bons vendedores de carros usad... ops... semi-novos. Se apurarmos o faro, perceberemos que gente boa ainda é maioria. A título de curiosidade, a rotina de um publicitário normal é um pouco mais estafante que a de um publicitário super-valerizado. São dias, meses e até anos prospectando clientes. Quando a noite não é mal dormida, ela é virada em claro. São doses cavalares de café, no preparo de apresentações, que normalmente são desmarcadas na primeira hora do dia. Informações confusas, briefings mal-passados, arena de egos, enfim, tudo aquilo que permeia o exercício de qualquer profissão normal neste mundo. Uma vida de surfista. A gente rema, rema, rema, rema, atravessa a arrebentação, e rema mais um pouco, num exercício que exige um grande preparo físico e mental, até chegar no ponto de formação das ondas. Então a gente espera, espera, espera até que apareça uma onda em condições, digamos, navegáveis. Quando ela aparece, todo o esforço se transforma em uns poucos segundos de prazer. Que saudades do tempo em que publicitários ocupavam as capas dos jornais por terem sido seqüestrados ou faturado um leão em Cannes. Enquanto isso não muda, vou torcendo para que outra profissão vire piada. Quem sabe descubram que um jardineiro cavou o túnel do maior roubo a banco do país? Na dúvida, vou desde já começar a escrever piadas sobre jardineiro.